16/08/2015

Retrato da Casa Adormecida

brincam as crianças na varanda
a luz e o canto
riso farto na noite
os mais velhos se reúnem
à mesa há conversa a comida
celebrando o tempo
a possibilidade de ser gente
e estar vivo
bebe-se generosos goles
a cerveja nossa de cada dia
as latas garrafas amontoadas
e o fim de festa
recolhem-se para seus cômodos
os mais velhos
os animais fora de casa
os jovens pela sala
dormem todos num sono tranquilo
dorme a casa
acolhida no escuro
nas sombras do sereno
como tantas outras
em tantos lugares
pois é madrugada
pairam sonhos 
eclode lentamente o silêncio

- só eu não repouso em meu poema