23/04/2016

passagem no tempo VI

o vento macera nossos pensamentos
com suas mãozinhas ocas
etéreas como o sonho que
se dissipa em mim
e a tarde cicia
-entre os dentes sugere o que não se pede;
acalanta o que resiste -
e balança
no morno da tarde
na luz que ocupa:
desloca o breu.

há entre meus dedos
um poema em papel
dobrado
não ouso escrevê-lo:
meu tempo cingido de memórias
apagaria cada verso
com a sombra das circunstâncias.