L’amour c’est l’homme inachevé.
(Paul Éluard)
são belos os olhos que vêem
(Paul Éluard)
são belos os olhos que vêem
o amor semeia nas gretas e engrenagens
um visco brilhante anunciando
o beijo do tempo.
são belas as mãos que laboram
e seguro:
o amor brota nas pedras e préstimos
um gesto amigo saudando
o abraço da terra.
são belas as bocas que falam
e digo:
o amor - botão disforme e firme
tem cor de gente e sabe
o toque que o gesta
são belas as ventas que aspiram
e sinto:
o amor floresce no outro e na hora
cheira à mudança e resiste
o gosto da espera.