Foram as vozes familiares que me [acostumaram a ele.
Nome que me coloca no mundo como alguém
Diferente das pedras e demais objetos do dia a dia: nome pelo qual me chamam, nome que inscrevo em documentos, nome que tantas vezes rabisquei entediado.
Mas que é, afinal, um nome?
Essa identificação, uma pele que me deram, um biombo em que me caibo, um conjunto de fonemas designados: meu nome, mais consoantes que vogais, mais forma que conteúdo.
Quando me olho no espelho, o que vejo é um agregado de matéria: carne, músculo, ossos, pelos. Acaso todas essas coisas caberão no meu nome?
Sinto em mim o intervalo: de letra para letra, som para som. Busco uma rota alternativa no caminho no qual as palavras percorrem...
Procuro um nome de batismo, um nome que me vista, um nome que seja eu
Para quando, então, você o falar
Que seja eu inteiro reverberando em ti.
Para quando o amor me surgir
Que consiga saber quem eu sou.