Em meio à grave crise sanitária
Um poeta do interior do Brasil
Ousa abrir a janela de seu quarto
- depois de acordar de sonhos intranquilos-,
Olhar para o horizonte,
E suspirar, se perguntando:
- depois de tudo isso ainda haverá poesia?
Mas em meio a tantos mortos, uma política
[genocida e um gosto amargo
de desesperança na boca,
Colher na manhã as primeiras palavras
Será um gesto talvez sem sentido:
E o poeta sente.