Algum dia
Quando cansar da lida diária
Sentarei sob aquele cajueiro
Onde inscrevi teu nome
e o meu à faca
E também onde esqueço teu cheiro
Enquanto macero as folhas grandes e verdes
Aroma agridoce como tua partida
à faca, cindindo todas as palavras não ditas
Embaixo daquele cajueiro
Onde um dia ouvi teus olhos
Murmurando em lágrimas uma canção
Que eu jamais decifraria:
Teu coração tamborilava,
e o meu, à faca,
Era descosturado.