Como chove, distante de ti!
É o mesmo céu que nos cobre
Mas à tardinha, nessa cidade
Com nome de terra e gente,
Não há as mesmas cores
E o gesto de contemplá-lo
Se perde entre árvores frutíferas
E nuvens preguiçosas.
Tua geografia eu quase a decorei:
As ruas tortas do centro
Os rios artérias abastecendo tuas casas
As lixeiras mangueiras ipês
De longe eu guardo na memória
Estrangeiro e vizinho
Teus pequis nas bancas aos montes
Como gela o vento daqui de onde não te sei!
O sol é um outro, mais antigo e paciente
Como se me dissesse em luz
"Já estou velho para tanto fogo"
Aqui, nesse lugar em que agora me caibo,
Não reconheço teus espaços
Para que lado é o CPA, eu me pergunto,
Ao que a lembrança responde:
Para o norte, sempre.