mais uma vez sentou-se o Amor ali
nas cadeiras de plástico
nas calçadas rachadas
no banco de madeira
corroído de cupins.
também o Amor pediu um pingado
e discutiu a situação política
do país
e falou do futebol de quinta
e tamborilou um samba.
logo o Amor! conhecido por todos
popular entre os jovens
- os mais velhos ressabiados...
simples para os amantes:
o Amor de sempre
e agora?!
trouxe um presente
não estava embrulhado
antecipei sua forma:
e desde então o guardo
no bolso esquerdo da camisa
onde também está a esperança
e a minha poesia.
29/03/2019
23/03/2019
Tramontana
encilho a vida
e galopo contra o tempo
procuro um verso
que nos abrigue
e nos anime
não houvesse destino
a que destino nos entregaríamos?
e no meio das coisas tolas
-o cotidiano dos meus olhos à tua procura
tua boca que não encontrou a minha
nossas mãos que não se embaraçaram
o gosto do até logo
e se fôssemos feitos daquela matéria
que vibra tal qual tramontana?
nossos corpos, buscando o norte,
seriam névoa e ternura.
e galopo contra o tempo
procuro um verso
que nos abrigue
e nos anime
não houvesse destino
a que destino nos entregaríamos?
e no meio das coisas tolas
-o cotidiano dos meus olhos à tua procura
tua boca que não encontrou a minha
nossas mãos que não se embaraçaram
o gosto do até logo
e se fôssemos feitos daquela matéria
que vibra tal qual tramontana?
nossos corpos, buscando o norte,
seriam névoa e ternura.
17/03/2019
Poema Noturno
Ao Moisés Carlos de Amorim
em noites de intenso calor
quando o mormaço impede o sono
leio uns poemas que me ajudam a sonhar
e penso na mulher
- que eu ainda não amo
e penso no amanhã
- que eu ainda não vejo
e vislumbro surgir no espaço das horas
todos os verbos que não escrevi.
de minha janela gradeada
por onde passa o vento morno
e os incólumes desejos
olho as casas
- e seus telhados de amianto
olho os prédios
- e suas luzes fluorescentes
e imagino o dia em que serei velho
como as palavras que admiro e decoro.
nesse intervalo entre o eu e o tu
é que se esgueira a poesia
salpicada de sentido
e o poeta sente o dever
de registrar o instante
- que ainda não existe
de perceber o afeto
- que já tenha acabado
e de viver participando das remissões
da vida.
07/03/2019
Algum poema
penso um poema incendiário
que transforme o tédio
em vendaval
imagino um poema denúncia
que vá atentar contra
o sistema estabelecido
reflito um poema manifesto
um grito em fúria
que não pode ser calado
sonho com um poema rebelde
um poema que derrube governos
mantra de liberdade e progresso
- escrevo um poema de amor.
que transforme o tédio
em vendaval
imagino um poema denúncia
que vá atentar contra
o sistema estabelecido
reflito um poema manifesto
um grito em fúria
que não pode ser calado
sonho com um poema rebelde
um poema que derrube governos
mantra de liberdade e progresso
- escrevo um poema de amor.
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