chove em cuiabá
como se nunca chovera antes
e a palavra chuva
só existisse no romance
de gabriel garcía márquez
chove e sinto de novo
o cheiro de pátria, terra em que vivo
e trabalho e suo e ajo
chove uma água suja, de certo que sim:
ácida como a vida entre os trópicos
devastando a sede desses animais
tudo o que passou, chove
tudo o que virá, chove
e chove no beco do candeeiro
no goiabeiras
sobre os automóveis
entre os viadutos
chove em cuiabá:
como se não parecesse chuva
e fosse só um alento
gesto do mundo que ainda respira
como se nunca chovera antes
e a palavra chuva
só existisse no romance
de gabriel garcía márquez
chove e sinto de novo
o cheiro de pátria, terra em que vivo
e trabalho e suo e ajo
chove uma água suja, de certo que sim:
ácida como a vida entre os trópicos
devastando a sede desses animais
tudo o que passou, chove
tudo o que virá, chove
e chove no beco do candeeiro
no goiabeiras
sobre os automóveis
entre os viadutos
chove em cuiabá:
como se não parecesse chuva
e fosse só um alento
gesto do mundo que ainda respira