quinta-feira

Árvore

inscrevo na palavra árvore
o teu nome e o meu.
raízes de poemas
se aprofundam em mim:
bebem de ti o que não
está na superfície.
colhemos um fruto
de véspera
com gosto indefinido
debaixo de frondosa sombra
nos sentamos:
meus versos ramificados
tuas folhas inda novas.
daqui cem anos, mulher,
quando não mais houver
você ou eu,
uma flor branca brotará
na minha poesia:
quem a vir não saberá
da terra que revolvemos
da semente conjugada
da rega feita de sonhos e distância
do signo que cresceu sem podas
- do teu nome e o meu.