Já não importam:
nem meus olhos cansados no espelho;
nem as tristes memórias da infância;
nem o que cresce desordenado dentro
[de mim.
Nada, nada disso importa:
a pele eriçada pelo frio;
as leituras de domingo à noite;
os filmes que vi sozinho,
sonhando em ser artista.
Não importará o dito
e o desdito do passado,
nem importou quantas vezes
os planos futuros tenham se modificado, simbióticos,
como uma segunda pele
abrangendo tudo aquilo que eu quis viver. Quando você chega eu sou outro,
alguma coisa que nem sei desvendar,
um menino descobrindo o mundo
e os teus olhos,
querendo desbravar teu coração,
ouvindo tua voz que me desloca
[e conforta.
Quando você parte,
quem sou eu mesmo?,
centrado no que não sei,
mas que imagino e sinto e vivo.