domingo

Enquanto dormes

Enquanto dormes

O tempo continua a seguir:

Sobre teus ombros cansados

As constelações distraídas se movem 

Sob teus pés, flores: quem sabe plantadas por ti...

Teus olhos fechados sonham talvez

Um gesto não expresso: 

E há o mundo, a pele, a dor e a revelia

Das coisas todas que não lhe cabem nas mãos:

Tudo desperta e é e sente...

Repousas: Natural que seja:

Guardada por tudo o que te abriga

(tudo o que tens e és e sentes!)

Enquanto gira o mundo e a ordem das coisas

E as supernovas explodem anunciando 

Qualquer possibilidade de vida

Descansa teu corpo, um sono tranquilo:

Dormem também tuas palavras e tudo o que não me dizes...

E eu te vejo e te velo e te sei:

Dormes como um botão de petúnia

E eu te desperto em pétala

Em cores, em luz.