Enquanto dormes
O tempo continua a seguir:
Sobre teus ombros cansados
As constelações distraídas se movem
Sob teus pés, flores: quem sabe plantadas por ti...
Teus olhos fechados sonham talvez
Um gesto não expresso:
E há o mundo, a pele, a dor e a revelia
Das coisas todas que não lhe cabem nas mãos:
Tudo desperta e é e sente...
Repousas: Natural que seja:
Guardada por tudo o que te abriga
(tudo o que tens e és e sentes!)
Enquanto gira o mundo e a ordem das coisas
E as supernovas explodem anunciando
Qualquer possibilidade de vida
Descansa teu corpo, um sono tranquilo:
Dormem também tuas palavras e tudo o que não me dizes...
E eu te vejo e te velo e te sei:
Dormes como um botão de petúnia
E eu te desperto em pétala
Em cores, em luz.